Existe alguma relação entre a lucratividade e o crescimento de uma empresa?

Não há como ser empresário sem explorar o tema do crescimento e da lucratividade da empresa. Uma vez que a empresa esteja aberta , todo empresário deve se esforçar para entender melhor estes dois temas ( crescimento e lucratividade) e a relação entre eles. É praticamente impossível manter uma pequena empresa aberta por muito tempo sem a empresa apresentar lucro. Desta forma , é essencial monitorar o desempenho da empresa com frequência para que o resultado financeiro da empresa esteja sempre atualizado evitando surpresas de última hora. Apresentar um resultado com lucro não significa necessariamente que a empresa possui uma boa situação de fluxo de caixa e também não implica necessariamente que o empresário sócio da empresa esteja desfrutando de uma vida confortável devido ao bom desempenho financeiro da organização.”

Mais cedo ou mais tarde todo pequeno empresário entenderá que lucro é diferente de caixa. Considerando que o maior número das pequenas  empresas  possuem um modelo tradicional e desconsiderando a utilização  de outras formas  de capital como investimentos e empréstimos  dentre outros não há como crescer uma pequena empresa sem reinvestir o lucro da empresa de volta nela. 

Desta forma, uma vez que a empresa esteja dando lucro, todos nós empresários temos que decidir se vamos reinvestir este lucro  na empresa ou se distribuiremos o lucro da empresa para os sócios disfrutarem a vida que desejarem.

A relação entre lucratividade e crescimento se intensifica mais quando a empresa gera lucro e os sócios decidem reinvestir o lucro buscando o crescimento da empresa. 

Uma das razões mais comuns que uma empresa falha é  o descontrole financeiro por parte do empresário quando ele decide tirar mais dinheiro da empresa do que ela aguenta, especialmente nos primeiros 5 anos. 

Muitos empresários decidem viver uma vida pessoal em um determinado padrão que a empresa não consegue suportar financeiramente. 

É essencial que o empresário aprenda  o significado do resultado  financeiro de uma   empresa para que ele tenha conhecimento essencial para tomada de decisões e consequentemente evitar erros comuns relacionados a retirada aos sócios durante o crescimento da empresa. 

A primeira lição é entender a fórmula padrão de desempenho financeiro de qualquer empresa.

Segue a fórmula abaixo:

Vendas Totais
(-) Custos Diretos e Indiretos /Despesas Totais

     Lucro liquido antes dos Impostos
(-) Imposto sobre o lucro das empresas
       Lucro liquido 

Lucro Retido                           Dividendos


Deixe-me explicar a fórmula de uma forma simples: Sua empresa possui clientes que compram de sua empresa. Para vender a estes clientes sua empresa terá custos como mão de obra e matéria-prima e outras despesas administrativas como aluguel, contas de utilidades, seguros e outros. O que sobra é conhecido como lucro liquido da empresa antes dos impostos. Na maioria dos países, o governo receberá uma parcela desse lucro conhecido como imposto corporativo. O que sobra após os impostos é o que chamaremos de lucro liquido.

È neste momento ( lucro liquido )que a relação entre lucro e crescimento aparece claramente.

O empresário tem duas opções na utilizacão do lucro liquido da empresa : Manter este lucro da empresa como lucro retido ou fazer a distribuição do lucro da empresa para os sócios como dividendos. ( no Reino unido esta distribuição é conhecido como dividends)

Como empresário você decidirá qual será a proporção do lucro líquido que será mantida como lucro retido e quanto poderá ser sacado como dividendos.

Dividendos é a parcela do lucro liquido de uma empresa que é distribuída aos seus sócios como forma de remuneração pelo capital investido no negócio. Para simplificar, é o “retorno” que os acionistas de uma empresa recebem pelo sucesso financeiro da organização.

 Se você  demonstrar ser um bom empresário e gerenciar sua empresa adequadamente será recompensado com dividendos (se sobrar dinheiro na conta bancária da empresa no momento da distribuição – rsrs – voltarei a esta condição depois). Caso contrário, se sua empresa não estiver produzindo resultados satisfatórios, você não poderá ser recompensado. È simple assim.

Porém, você precisa ter cuidado ao sacar uma alta proporção do  lucro liquido como dividendos.  Não há nenhum problema em fazer retiradas como dividendos mas é muito importante que o empresário não se esqueça de deixar uma parcela do lucro liquido na forma  de lucro retido  não somente para reinvestir na empresa mas também garantir o equilibrio financeiro da empresa a qualquer momento.

Decidir o momento e a frequência destas retiradas como dividendos é fundamental para que a empresa mantenha a saúde financeira a qualquer momento.

Eu não aconselho a idéia de “pagar a si mesmo primeiro”, como muitos consultores de negócios  aconselham. Se você sempre paga  você primeiro e não mantém lucro retido na sua empresa o suficiente, seu negócio, mais cedo ou mais tarde poderá sofrer dificuldade financeira em consequência de situações inesperadas que podem afetar o seu negócio negativamente.  Você deve criar o hábito de controlar adequadamente  as finanças da empresa e também a sua situação financeira pessoal. 

Eu sempre aconselho o meu cliente manter o lucro retido acumulado da empresa durante 12 meses se a empresa já estiver operando há mais de 3 anos ou 18 meses se a empresa estiver na fase inicial, mais conhecida como Startup. Afinal de contas, você se dedica completamente como empresário para que a sua empresa tenha sucesso e uma vez que a sua empresa conseguiu alcançar o sucesso você sacrifica ela ?

Uma outra razão para eu te dar esse conselho é : se você não consegue gerenciar adequadamente as finanças da sua empresa, também não conseguirá gerenciar suas finanças pessoais e vice -versa.

Agora  se não for necessário eu penso que você também deve evitar reinvestir 100 % do lucro líquido da empresa e não distruir nada como dividendos.

Talvez você esteja reinvestindo 100 % do lucro da empresa porque deseja vender a empresa no futuro. Você está construindo o negócio para vendê-lo.Porém repetidamente nós empresários temos que lidar com situações externas extremamente desafiadoras e inesperadas como epidemia , crise econômica, financeira , crises  específica no setor que nossa empresa atua e muitas vezes buscamos o crescimento da empresa para possível venda futura e esta venda não ocorre. O empresário aposta no crescimento da empresa , ela falha e ele não guarda um centavo no bolso.

O empresário não deve sacrificar a sua vida ao extremo  para fazer sua empresa crescer. Na realidade eu acredito que o segredo é crescer a empresa sustentávelmente e buscar viver a  vida pessoal  em um padrão bom.

Resumidamente, decidir corretamente como o lucro líquido da sua empresa será distribuído pode :

  1. Definir que tipo de padrão de vida você deveria viver;
  2. Aumentar, diminuir ou até mesmo impedir o crescimento da sua empresa;
  3. Permitir que você administre uma empresa financeiramente estável (e, consequentemente, livre de estresse);
  4. Permitir que sua empresa cresça organicamente e tenha sucesso;
  5. Evitar o  crescimento rápido demais da sua empresa e, consequentemente, levá-la ao fracasso;
  6. Evitar o fracasso e encerramento da sua empresa caso você não equilibre corretamente a proporção entre lucro retido e dividendos .

Voltando a questão acima a respeito da distribuição dos dividendos e a posição do caixa da empresa, é essencial que a empresa tenha dinheiro o suficiente na conta para fazer o pagamento dos dividendos aos sócios . Ás vezes o que acaba acontecendo é que no momento do pagamento dos dividendos por diversas razões a empresa não tem dinheiro no caixa para fazer o pagamentos. Inclusive em alguns países  como a Inglaterra é proibido o pagamento dos diviendos caso a empresa não tenha fundos suficiente. 

O objetivo principal deste conteúdo é que o empresário entenda a relação entre lucratividade e crescimento e as consequências no momento da distribuição do lucro líquido da empresa aos sócios mas não tem como falarmos sobre lucravitidade, distribuição de dividendos  e crescimento sem comentar brevemente sobre a diferença entre lucro e caixa. 

Lucro é a quantia que sobra após a dedução de todas as despesas, custos e impostos da receita total de uma empresa. Poderíamos dizer que o lucro é um indicador contábil que reflete a rentabilidade da empresa em um determinado período. O lucro é calculado com base em princípios contábeis e pode incluir receitas que ainda não foram recebidas (como vendas a prazo). Contabilmente geralmente também não é incluido o investimento em bens, ativos com equipamentos , depósitos dentre outros no cálculo da lucratividade. 

Assim sendo, o lucro é importante para a sustentabilidade a longo prazo, pois permite que a empresa reinvista em crescimento, pague dividendos e mantenha uma boa reputação no mercado.

Caixa refere-se ao dinheiro disponível que uma empresa possui em suas contas bancárias ou em caixa em qualquer momento. Este conceito é muitas vezes associado ao fluxo de caixa, que é o movimento de entradas e saídas de dinheiro na empresa.Poderíamos dizer que o caixa é um indicador financeiro que representa a liquidez imediata da empresa.O caixa reflete apenas o dinheiro que realmente entrou ou saiu da empresa, independentemente de quando as vendas foram registradas. O caixa é crucial para as operações diárias e para cobrir despesas imediatas, como salários, pagamentos a fornecedores e outras obrigações.

Uma empresa pode mostrar lucro em seus relatórios, mas ainda assim ter problemas de fluxo de caixa se os recebimentos não ocorrerem no mesmo período.

Por outro lado, uma empresa pode ter um fluxo de caixa positivo, mas ainda assim reportar prejuízo, se tiver muitas despesas ou custos altos.

A compreensão das diferenças entre lucro e caixa ajuda os gestores a desenvolverem estratégias financeiras adequadas, garantindo que a empresa não apenas seja lucrativa, mas também tenha o capital necessário para crescer e se adaptar às mudanças do mercado.

Voltando a questão do crescimento  é essencial manter o controle financeiro da empresa para buscar manter a lucratividade e decidir corretamente qual será o valor do lucro retido e dos dividendos e ter certeza de que a empresa está sendo administrada corretamente e o fluxo de caixa está sempre bem monitorado para que o lucro acumulado da empresa ao longo dos anos garantize o crescimento sustentável da empresa e garantize que os sócios sejam reumerados como resultado da boa administração.

Enquanto o lucro é essencial para a avaliação da rentabilidade e sucesso de uma empresa ao longo do tempo, o caixa é fundamental para a operação diária e a capacidade de crescimento imediato. Uma empresa deve equilibrar os dois para garantir um crescimento saudável e sustentável.

Respondendo a pergunta se existe uma relação entre lucratividade e crescimento:

A minha resposta é que  sim. Existe uma relação entre lucratividade e crescimento de uma empresa, mas esta relação não é necessariamente direta ou simples.

Assim como eu expliquei acima a fórmula do cálculo do lucro da empresa, lucratividade se refere à capacidade da empresa de gerar lucro a partir de suas receitas, após descontados todos os custos e despesas. Crescimento, por outro lado, geralmente está associado ao aumento do tamanho da empresa, seja por meio de receitas, participação de mercado, número de clientes, ou expansão geográfica.

Pode existir algumas exceções a regra como por exemplo:

  • Crescimento sem lucratividade: Uma empresa pode crescer aumentando o  seu faturamento ou sua base de clientes  mesmo sem ser lucrativa, especialmente nas fases iniciais. Startups, por exemplo, frequentemente priorizam o crescimento rápido, muitas vezes operando com prejuízo no curto prazo para ganhar mercado. Esse modelo é muito comum no setor de tecnologia e inovação, onde conquistar uma grande base de usuários rapidamente pode ser mais importante do que lucrar desde o início.

As pequenas empresas devem ter muito cuidado em buscar um crescimento sem lucratividade. As empresas que decidem passar por este tipo de situação e risco geralmente adotam esta postura de crescer sem lucratividade parar ganhar mercado rapidamente. Elas buscam conquistar clientes rapidamente criando barreiras para a entrada de concorrentes e fortalecer a marca. Na maioria dos casos, estas empresas dependem muito de escala. Elas dependem de alto volume para se tornarem lucrativos, ou seja, quanto mais clientes ou usuários, maior a eficiência e menor o custo por unidade vendida.

Em  muitos casos o empresário já possui um investidor externo apoiando o projeto financeiramente. Em outros casos ,o empresário quer demonstrar um potencial de crescimento rápido para atrair investidores mesmo com prejuízo inicial, pois investidores estão apostando no lucro futuro.O objetivo principal ás vezes é somente atrair a atenção de investidores externos ou aumentar cada vez mais o valor da avaliação da empresa.

No caso das empresas teconologias muitas plataformas digitais, aplicativos e marketplaces se beneficiam do chamado “efeito de rede”, que exige crescimento acelerado para ganhar relevância. 

  • Lucratividade sem crescimento: Muitos empresários optam por manter o negócio em um tamanho confortável e sustentável, priorizando a estabilidade, o controle, a qualidade de vida ou o baixo risco, ao invés de expandir. Isso é especialmente comum em empresas familiares, pequenos negócios ou em setores onde o crescimento traria complicações operacionais e mais responsabilidades, sem garantir melhora significativa na lucratividade.

Na minha opinião a busca do equilíbrio é fundamental: Crescimento sem lucratividade pode levar a problemas de sustentabilidade no longo prazo. Por outro lado, buscar somente lucros sem investir em crescimento pode tornar a empresa vulnerável à concorrência ou estagnação.

Alteração da relação entre o lucro/prejuízo e as diversas fases   de crescimento da  empresa

A relação entre a lucratividade da empresa e o crescimento pode ser alterado se acordo com o momento que a empresa está. Poderíamos separar estas fases da seguinte forma:

Start up ( fase inicial ) – crescimento até atingir o Break- even point ( ponto de equilíbrio ): Nesta fase, a empresa está focada em lançar seu produto ou serviço no mercado e estabelecer sua presença. Geralmente, o objetivo principal é validar o modelo de negócio, conquistar os primeiros clientes e alcançar a viabilidade operacional. Muitas vezes, as startups operam com prejuízo ou margens de lucro muito baixas, já que a prioridade é o investimento em desenvolvimento, marketing e crescimento rápido. O foco está em construir uma base sólida para o futuro, mesmo que isso signifique sacrificar a lucratividade a curto prazo.

Crescimento até atingir o Break-even Point (ponto de equilíbrio): Nesta fase, a empresa está focada em aumentar suas vendas e receitas para cobrir todos os custos fixos e variáveis, alcançando o chamado ponto de equilíbrio. O objetivo principal é garantir que as operações da empresa deixem de gerar prejuízo e passem a se sustentar financeiramente. Durante esse período, é comum investir intensamente em estratégias de marketing, vendas e expansão de mercado, mesmo que isso implique margens de lucro reduzidas no curto prazo. O foco está em estabelecer um fluxo de caixa positivo e preparar a empresa para um crescimento mais sustentável.

Fase maturidade ( a busca do lucro estável ): Nesta etapa, a empresa já atingiu o ponto de equilíbrio e consolidou sua posição no mercado independente do tamanho dele. As receitas são consistentes, e os lucros passam a ser  mais previsíveis e estáveis. O foco principal passa a ser a eficiência operacional, manutenção da qualidade dos produtos ou serviços e fidelização dos clientes. Nesta fase os negócios pequenos e tradicionais  passam a ter um crescimento mais lento e mais sustentável, e os investimentos são direcionados para inovação, diversificação ou expansão moderada, com o objetivo de manter a competitividade e preservar o lucro a longo prazo. È nesta fase que eu geralmente recomendo meus clientes a fazer retiradas de dividendos. 

Tomada de Decisão: Crescer Novamente ou Manter a Empresa Estável?

Após atingir a maturidade e alcançar um estado de lucro estável, a empresa se encontra em um ponto crucial de decisão estratégica: optar por buscar um novo ciclo de crescimento ou manter a estabilidade. Ambas as opções apresentam vantagens e desafios, e a decisão depende de fatores como o ambiente de mercado, os objetivos dos sócios ou gestores, o perfil de risco dos sócios e a capacidade operacional da empresa.

Escolher crescer novamente significa investir em novos mercados, produtos ou serviços, ou até mesmo expandir geograficamente. Essa decisão pode trazer maior lucratividade no longo prazo e fortalecer a posição da empresa no mercado, mas também exige investimentos significativos, maior tolerância ao risco e planejamento cuidadoso a curto prazo. É uma opção ideal para empresas com reservas financeiras sólidas, capacidade de inovação e visão de longo prazo.

È nesta fase que muitos empresários optam pelo crescimento da empresa e perdem o controle financeiro da empresa. Conduzir a empresa ao crescimento novamente requer que o empresário tenha nervos de aço. Muitos empresários conseguem crescer organicamente e manter a lucratividade ao longo dos anos. Em outros casos , a empresa passará a apresentar prejuízo novamente e necessitará novamente de capital para dar mais um salto de crescimento. Eu conheci muitos empresários que tinham uma empresa de sucesso e levaram a empresa a falência exatamente nesta fase. 

Por outro lado, optar por manter a empresa estável significa priorizar a segurança financeira, a eficiência operacional e a continuidade do negócio. Essa decisão é comum quando o mercado está saturado ou em momentos de incerteza econômica. Manter a estabilidade pode ser a melhor escolha para empresas que desejam preservar margens de lucro, evitar grandes riscos ou consolidar sua posição em um nicho específico.

Desta maneira, é muito importante que o empresário entenda a relação entre crescimento e lucratividade e suas variações durante as diversas fases de crescimento da empresa para que possa tomar melhores  decisões estratégicas e evitar os erros mais comuns que a falta deste conhecimento pode causar ao seu negócio.

Compreender como cada fase impacta a geração de receita, os custos e os investimentos necessários permite ao empresário planejar melhor os recursos, minimizar  os riscos e maximizar o resultado. Esse entendimento é essencial para garantir a sustentabilidade financeira da empresa e para alinhar as expectativas de crescimento com a realidade do mercado e as capacidades internas do negócio.

Qual é a diferença entre buscar manter a lucratividade da empresa e fazê-la crescer de forma orgânica e sustentável, sendo um pequeno empresário, em comparação a obter dinheiro de um investidor externo para impulsionar o crescimento do negócio?

A diferença principal está no modo como os recursos da empresa são utilizados e como o crescimento é gerido, além dos riscos e benefícios associados a cada uma. 

Se você começou a sua empresa com recurso próprio e continua da mesma maneira reinvestindo o lucro da empresa de volta na empresa para que ela cresça, você não está sozinho. Eu estou certo que cerca de 95% ou mais das pequenas empresas começaram e continuam sendo administradas com recurso próprio. Em inglês, esta forma de começar e crescer a empresa com recurso próprio, é mais conhecido como “bootstrapping”.

As pequenas empresas que recebem investimento externo são uma minoria absoluta de menos de 5%. E ainda assim, essas empresas que recebem investimento externo estão concentradas em setores específicos e com alto potencial de crescimento, como por exemplo a área de tecnologia.

Voltando para os 95% das empresas que eu mencionei acima, manter a lucratividade e crescer de forma orgânica e sustentável faz com que a maioria dessas empresas tenham um ritmo de crescimento mais lento. Nesse caso, o empresário mantém um controle completo sobre as decisões e a estratégia da empresa, sem interferência nenhuma de nenhum investidor externo. E sem a interferência de nenhum investidor externo, o empresário não necessita ceder parte da empresa para o investidor externo. 

O crescimento nesse caso sempre será baseado em resultados reais e consistentes, fazendo com que a empresa evite pressão dos investidores externos para crescer rapidamente. Não existe o certo ou o errado, porém, sem recurso adicional, é muito mais difícil expandir o negócio e essa expansão vai levar provavelmente mais tempo. 

No meu caso  todas as empresas que eu fundei com sucesso não tinham a participação de investidores externos. Muitas vezes especialmente na área de tecnologia e na área da fintech eu senti dificuldade de competir com outras empresas que tinham maior acesso a capital. Historicamente, todas essas empresas que eu participei diretamente tiveram que reinvestir o lucro da empresa para aumentar a capacidade de gerar lucro de maneira contínua acompanhando a evolução do mercado. Eu tive diversas ofertas de investidor externo para fazer investimento nas minhas empresas, mas eu sempre recusei.

Eu conheci muitos casos de muitos colegas empresários que receberam dinheiro e capital de investidores externos, mas no final ficavam super decepcionados e se arrependeram. Mesmo que esse dinheiro de capital externo permita investir em crescimento acelerado, como expandir a empresa para novos mercados ou até mesmo desenvolver novos produtos, ao ceder esta participação acionária, geralmente o fundador da empresa perde o controle das decisões estratégicas do negócio.

 Eu estou convencido que investidores experientes podem oferecer orientação, muitas conexões do mercado e expertise para ajudar no crescimento do seu negócio, além de injetar o capital que vai possibilitar competir com empresas maiores ou já estabelecidas mas tudo isto  vem com um preço. Investidores geralmente esperam retorno rápido, o que pode levar a uma pressão enorme para o fundador, visto que o investidor quer que a empresa cresça de maneira agressiva para sempre aumentar a avaliação dessa empresa. E como o objetivo principal do investidor é maximizar o retorno do investimento que ele fez na empresa, em muitos casos, esses investidores acabam espalhando o seu investimento em diversas empresas que competem no mesmo mercado e uma vez que esse investimento está espalhado em várias empresas, ele  acaba sufocando  as empresas que não deram o resultado que eles esperam.

Às vezes, os investidores  também decidem sufocar propositalmente várias empresas do mesmo setor e às vezes oferecendo a mesma solução para poder concentrar o investimento em uma empresa,  diminuindo o número de possíveis jogadores no mesmo mercado, diminuindo a concorrência e aumentando a probabilidade da empresa escolhida ter sucesso.

Na minha opinião, é uma sacanagem das grandes.

 Eu cansei de ver na área da tecnologia e na área da fintech investidores investindo em diversas empresas, os empresários ficarem super felizes de receber o investimento  e depois de alguns meses o empresário estar super frustrado porque o investidor acabou não entregando tudo aquilo que ele prometeu.

Nesses casos esses empresários sofreram em função da não entrega do prometido pelos investidores. Em alguns casos, as empresas que receberam o investimento até mesmo fecharam.

Vamos elevar o nível da sua empresa!

Tem dúvidas e precisa de orientação estratégica? Entre em contato com a minha equipe!

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